Jorge Braz reforça identidade e compromisso: “Saio a saber muito bem quem é Portugal”
No final do estágio realizado em Tavira, Jorge Braz fez um balanço claramente positivo do duplo confronto frente à Ucrânia, sublinhando que os dois jogos serviram, acima de tudo, para reencontrar a identidade da Seleção Nacional de Futsal de Portugal.
“Muito positivo. Voltámos a ser Portugal”, afirmou o selecionador nacional, explicando que a grande questão colocada desde o primeiro dia de trabalho foi clara: “Quem somos? Quem é que somos? E para o que é que nos estamos a preparar?”.
Para Jorge Braz, o estágio permitiu responder a essas dúvidas. “Saio no final deste estágio a saber muito bem outra vez quem é Portugal. E isso deixa-me extremamente satisfeito”, assumiu, reforçando que o foco esteve sempre no processo e não em conclusões precipitadas.
Questionado sobre a proximidade da lista final para os compromissos internacionais, o selecionador mostrou-se pouco preocupado com calendários e ansiedades externas. “Eu percebo toda esta preocupação de toda a gente, que até contagia alguns dos jogadores e provoca alguma intranquilidade”, reconheceu, antes de recentrar a discussão no essencial. “Nós às vezes esquecemos as coisas mais simples do desporto. É o dia-a-dia que nos prepara para o futuro e cada coisa tem o seu momento.”
Nesse sentido, deixou uma mensagem clara sobre a gestão do tempo e das expectativas. “Quando em setembro já andamos a falar da lista final de janeiro, desculpem lá, mas está tudo maluco”, afirmou, defendendo um caminho feito “passo a passo e com calma”.
Do ponto de vista competitivo, Jorge Braz destacou o compromisso exibido pela equipa ao longo dos dois encontros, sublinhando que a abordagem foi intencionalmente exigente. “Uma primeira parte fabulosa, com compromisso defensivo, intensidade e estratégia bem definida”, descreveu, acrescentando que, mesmo na segunda parte, os riscos foram assumidos de forma consciente. “Se calhar até sofremos golos porque era para manter essa agressividade, manter esse risco. Nada de baixar e defender ou tirar o pé.”
O selecionador explicou que a opção foi clara: “Estamos a olhar para o futuro, não para agora. Estamos a olhar para o processo”, reforçando que a equipa conseguiu elevar ainda mais os níveis de concentração, intensidade defensiva e dinâmica ofensiva no segundo jogo. “Aumentámos ainda mais e por isso o resultado é o que é no final.”
No plano pessoal, Jorge Braz não escondeu o sentimento com que saiu de Tavira. “Senti-me outra vez o Jorge Braz. Alegre, orgulhoso, diverti-me no banco”, confessou, explicando que quando sente essa resposta da equipa, o papel do treinador é claro. “É não estorbar muito, acreditar no processo, confiar neles e no que eles são.”
O estágio fecha, assim, com uma ideia forte deixada pelo selecionador nacional: “Sinto orgulho mais uma vez no futsal português e na identidade de quem somos. Acho que ficou muito bem provado quem somos.”