Portugal cresce, controla os momentos e vence a Ucrânia no segundo teste de preparação em Tavira
A Seleção Nacional de Futsal de Portugal venceu a Seleção da Ucrânia de Futsal por 5-2, no segundo jogo de preparação disputado no Pavilhão Dr. Eduardo Mansinho, em Tavira, encerrando o duplo confronto com sinais claros de crescimento competitivo, maior controlo emocional e consolidação da identidade coletiva.
Perante um pavilhão cheio, Portugal entrou com intensidade elevada, boa circulação e presença constante no meio-campo ofensivo, assumindo desde cedo o controlo do jogo. Kutchy e Lúcio Rocha criaram perigo nos momentos iniciais, encontrando uma primeira resposta segura do guarda-redes ucraniano, mas a Equipa das Quinas impunha ritmo, pressionava alto e limitava as transições adversárias, começando a ensaiar as subidas do guarda-redes como forma de criar superioridade na construção.
O domínio português foi-se traduzindo em oportunidades claras, com André Coelho, Silvestre e Pauleta a ficarem perto do golo, enquanto a Ucrânia procurava explorar erros pontuais, sem nunca conseguir criar verdadeiro desequilíbrio estrutural. O golo acabaria por surgir já perto do intervalo, numa perda de bola do guardião ucraniano, com Tomás Paçó a conduzir o contra-ataque e a servir Pauleta, que fez o 1-0, resultado que espelhava com justiça o que se passava dentro da quadra.
A segunda parte arrancou num registo mais equilibrado, com menos espaços e maior contenção de ambos os lados, mas Portugal manteve-se organizado, paciente e fiel ao plano. Silvestre e Rúben Góis voltaram a ameaçar, até que, numa jogada coletiva em espaços curtos, Tomás Paçó foi derrubado na área e Tiago Brito converteu o penálti, ampliando para 2-0.
O terceiro golo surgiu num momento de controlo total, já com o guarda-redes André Correia envolvido na construção, numa jogada coletiva longa que terminou com Neves a finalizar para o 3-0, consolidando o melhor período português no encontro. Com a Ucrânia a atingir a quinta falta, Tomás Paçó voltou a aparecer em zona de finalização para fazer o 4-0, confirmando a superioridade da Equipa das Quinas.
A Ucrânia ainda procurou reagir. Ihor Korsun reduziu para 4-1, antes de Edu responder com uma defesa decisiva a um livre direto de 10 metros, num momento importante de estabilidade emocional. No risco final, os ucranianos chegaram ao segundo golo, por Nazar Shved, mas Portugal respondeu de imediato. Numa perda de bola no ataque organizado adversário, Tomás Paçó, de baliza aberta, fechou o marcador em 5-2, premiando uma exibição sólida, consistente e madura.
A vitória encerra o estágio em Tavira com sinais claros de evolução, sobretudo na capacidade de controlar diferentes momentos do jogo, gerir vantagens e responder à exigência de um adversário fisicamente intenso e competitivo. Portugal prossegue a preparação para o Euro 2026, onde estará inserido no Grupo D, juntamente com Itália, Polónia e Hungria, defendendo o estatuto de bicampeão europeu.
Figura da Partida — Tomás Paçó (Portugal)
Influente do primeiro ao último momento, foi determinante na leitura do jogo, na gestão dos tempos e na ligação entre momentos defensivos e ofensivos, participando diretamente em quatro dos cinco golos e assumindo responsabilidade sempre que o jogo pediu clareza e critério. Mais do que números, deu sentido competitivo à exibição portuguesa e foi a peça que melhor traduziu controlo, maturidade e identidade.
Um regresso a Tavira marcado por intensidade, crescimento e identidade, exatamente aquilo que se procura nesta fase do ciclo, quando o resultado importa, mas o processo importa ainda mais.