Brasil impõe-se por 3-0 e conquista o Mundial feminino de futsal diante de Portugal
O Brasil sagrou-se campeão do Campeonato do Mundo Feminino de Futsal ao vencer Portugal por 3-0, numa final em que a seleção brasileira revelou maior eficácia, intensidade competitiva e domínio dos momentos-chave. A equipa de Luís Conceição mostrou coragem, criou oportunidades e discutiu o jogo durante largos períodos, mas perdeu duelos decisivos frente a uma seleção experiente, talentosa e habituada às grandes decisões.
O encontro começou equilibrado, com Portugal a tentar pressionar alto e a fechar linhas de passe a Amandinha, principal referência criativa do Brasil. A primeira ocasião clara, porém, pertenceu às brasileiras, com Emilly a rematar aos 09’46 para fazer o 1-0, num lance onde a atacante surgiu solta à entrada da área após assistência de Ana Luiza. O golo adensou a confiança brasileira e obrigou Portugal a reajustar o bloco defensivo.
Ainda assim, a seleção lusa respondeu bem. Janice Silva, Maria Pereira e Lídia Moreira tentaram o empate, com remates perigosos que testaram a atenção da guarda-redes adversária. No entanto, o Brasil manteve um ritmo de jogo alto, provocando sucessivas dificuldades à saída de bola portuguesa. Antes do intervalo, Helena Nunes e Fifó ainda criaram perigo em transições rápidas, mas faltou à equipa portuguesa a frieza necessária para concretizar.
A segunda parte confirmou a tendência: Portugal entrou com ambição, subiu linhas e tentou condicionar a posse brasileira, mas as bicampeãs do mundo não oficializadas voltaram a mostrar por que são referência mundial. Aos 22’25, num lance de génio individual, Amandinha encarou a defesa portuguesa, rodou para o seu pé forte e faz o 2-0, ampliando a vantagem num momento que mudou completamente o cenário da final.
A partir daí, Portugal procurou reagir. Kika, Janice Silva, Fifó e Kaka alternaram tentativas exteriores, mas foram sempre travadas pela organização defensiva do Brasil e pela excelente leitura dos momentos defensivos. Já as brasileiras, mais tranquilas com o resultado, começaram a explorar transições rápidas e ataques em profundidade. Aos 37’51, após assistência de Camila, Débora Vanin apareceu isolada ao segundo poste e faz o 3-0, sentenciando a final e premiando a superioridade brasileira.
Nos últimos minutos, Portugal ainda pediu time-out e tentou reduzir, criando remates de Janice, Fifó e Kika, mas o Brasil manteve a solidez e soube gerir com experiência até ao último segundo. Os cartões mostrados a Maria Rocha, Helena Nunes e Lídia Moreira refletiram também a intensidade emocional de uma final disputada no limite, frente a um adversário de enorme qualidade.
Em síntese, foi um triunfo justo do Brasil, que se mostrou mais eficaz, mais maduro e mais decisivo, confirmando o seu estatuto de potência mundial. Amandinha, Emilly e Débora Vanin foram figuras maiores de uma seleção que controlou os ritmos do jogo e transformou as suas oportunidades em golos.
Portugal, por sua vez, termina o Mundial com uma campanha histórica, marcada por exibições de grande nível, ambição e qualidade. A final mostrou que a equipa portuguesa está muito perto da elite, mas ainda enfrenta adversários com mais experiência em finais e maior contundência ofensiva.
O vice-campeonato mundial representa um marco importantíssimo para o futsal feminino português e um sinal claro de que esta geração tem o talento, a organização e a mentalidade necessárias para continuar a disputar grandes títulos internacionais.
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