Luís Conceição antes da final histórica: “Quem for mais competente será mais feliz”
A Seleção Nacional A Feminina de Futsal disputa este domingo, 7 de dezembro, a final da edição inaugural do Campeonato do Mundo Feminino de Futsal, frente ao poderoso Brasil. O encontro está marcado para as 11h30 (hora de Lisboa), com transmissão em direto na RTP 1, em diferido no Canal 11 e disponível online na FIFA+. Portugal procura o primeiro triunfo oficial diante do líder do ranking FIFA, que chega à final com uma impressionante sequência de 42 vitórias consecutivas.
Na antevisão oficial realizada no PhilSports Arena, em Pasig (Manila), Luís Conceição mostrou-se ambicioso, confiante e consciente do peso histórico do momento. Ao lado de Wilson Sabóia, selecionador do Brasil, e das figuras mundiais Taty e Ana Catarina Pereira, o técnico português reforçou que esta final ultrapassa o resultado: é um passo em frente para toda a modalidade.
“Chegam à final as melhores seleções desta competição, assim o provaram na qualidade de jogo demonstrada. Queremos muito ganhar, tal como o Brasil, mas acho que é nossa obrigação, também, fazermos amanhã o que temos feito até agora: promover o futsal feminino.”
O Selecionador Nacional sublinhou ainda a importância de transformar a final num espetáculo digno da grandeza do momento:
“Temos tido aqui excelentes espetáculos e amanhã é mais uma oportunidade de mostrar ao mundo a qualidade que existe no futsal feminino. Sendo Portugal e Brasil das principais potências, temos esse dever. Esperamos que seja um bom espetáculo desportivo e depois, no final, que Portugal seja mais feliz.”
Preparação para desafiar a história
O Brasil nunca perdeu com Portugal em jogos oficiais. Ainda assim, Luís Conceição acredita que o momento do salto pode chegar agora:
“Estamos a preparar-nos para isso. É para isso que trabalhamos, é para isso que cá estamos. Viemos para competir, competir para ganhar. Queremos muito fazê-lo.”
E faz questão de relativizar o histórico desfavorável:
“Pela distância, não temos tido tanta oportunidade como queríamos de jogar mais vezes um Portugal–Brasil, nem que seja em preparação. Se calhar, isso já tinha acontecido mais cedo, mas é o que é. Acho que pode ser amanhã.”
A confiança nasce sobretudo da evolução da Seleção Portuguesa, que nesta competição soma quatro goleadas, um total de 37 golos marcados e apenas três sofridos.
“O Brasil é uma escola de talentos, de gente com muita qualidade, mas nós também o somos e temos provado isso. E cada vez as coisas estão mais equilibradas, porque estas meninas têm feito muito por isso, têm aproximado as forças entre Portugal e Brasil.”
Um jogo decidido nos detalhes
Embora o Mundial tenha sido marcado por goleadas, o selecionador não espera um jogo desnivelado:
“Basta olharmos para os últimos encontros entre Portugal e Brasil: a diferença tem sido muito reduzida, por um golo, ou empatado. Amanhã, numa final, acho que vai ser também por aí. Quem ganhar, não vai ganhar por muita diferença de golos.”
A estrutura invisível que sustenta o sucesso
Luís Conceição fez ainda questão de elogiar a equipa multidisciplinar que sustenta o trabalho dentro e fora da quadra:
“Eu e o Sabóia somos os que têm a tarefa mais fácil. Somos os que dão a cara e depois, por detrás de nós, está uma estrutura onde cada um trabalha na sua área, mas todos contribuem para o mesmo. Estas meninas é que interessam. Desde a parte técnica até ao nosso Juju, que trata dos equipamentos — todos são extremamente importantes.”
Um Mundial que pode mudar a modalidade
Sobre o impacto global da prova, Luís Conceição destacou a necessidade de mais países acompanharem o desenvolvimento competitivo:
“Na FPF temos feito a nossa parte no crescimento e desenvolvimento do futsal feminino. Claro que isto vai trazer mais visibilidade e mais gente jovem para a modalidade. Queremos continuar a crescer no feminino. É importante que outros países possam acompanhar este crescimento.”
E deixou a mensagem final que define o espírito da equipa:
“Para nós sermos cada vez mais fortes, precisamos de melhores adversários. Se tivermos melhores adversários, também seremos melhores.”
Domingo, na primeira final oficial da história do futsal feminino, estará em jogo muito mais do que um título: estará o futuro de uma modalidade inteira — e Portugal chega preparado para desafiar o impossível.