Portugal celebra os 25 anos da histórica Medalha de Bronze no Mundial da Guatemala (2000)
Hoje, 3 de dezembro de 2025, assinalam-se 25 anos de um dos momentos mais transformadores da história do futsal português: a conquista da Medalha de Bronze no Mundial da Guatemala 2000. Um feito que não foi apenas uma classificação — foi um despertar coletivo. Naquela tarde, ao vencer a Rússia por 4–2, Portugal descobriu que podia sonhar mais alto e que tinha lugar entre as grandes potências mundiais. E o país descobriu, também, que o futsal era muito mais do que uma modalidade emergente: era um património desportivo com futuro.
Aquela equipa — Toni, Naná, João Benedito, Ívan, Pedro Costa, Vitinha, Arnaldo, António Teixeira, André Lima, Majó, Miguel Mota, Formiga, Nélito e Zézito — orientada por Orlando Duarte e Luís Almeida, mudou para sempre o destino do futsal em Portugal. A Guatemala foi a porta de entrada para uma nova mentalidade, para um novo respeito competitivo e para uma nova atenção pública. Foi ali que muitos portugueses, pela primeira vez, se emocionaram verdadeiramente com o futsal. E foi ali que os próprios jogadores perceberam que Portugal podia aspirar aos maiores palcos internacionais.
Um dos protagonistas, Naná, hoje treinador e comentador de futsal, recorda esse momento como um divisor de águas:
"A conquista do 3.º lugar no Mundial da Guatemala foi um marco muito importante na modalidade em Portugal. Foi com a participação nesta competição FIFA, e a conquista da medalha de bronze, que os adeptos e a FPF passaram a dedicar mais atenção à nossa modalidade.
A medalha de bronze foi uma enorme surpresa para os dirigentes da FPF e para o desporto nacional. Há, sem dúvida, um antes e um após Mundial da Guatemala no futsal português. As gerações seguintes passaram a usufruir de mais e melhores condições, mas fizeram por as merecer.
A nível pessoal, foi a melhor experiência desportiva que tive. Foi também na Guatemala que decidi que o meu futuro desportivo ia passar por ser treinador.
Causa-me alguma estranheza a FPF deixar passar esta data sem uma referência no seu site.
Aproveito para enviar um abraço a todos os que participaram nesta competição, um abraço especial ao Carlos França, que não esteve presente por 'sacrifício' próprio (ao ser expulso no último jogo da qualificação) para Portugal estar na Guatemala."
Um quarto de século depois, percebemos até que ponto aquela semente germinou. Portugal não cresceu apenas no futsal — tornou-se uma potência mundial.
Depois da Guatemala, seguiram-se conquistas que confirmam a grandeza do legado iniciado em 2000:
• Campeão da Europa em 2018, na Eslovénia
• Campeão da Europa em 2022, nos Países Baixos
• Campeão do Mundo em 2021, na Lituânia
• Vencedor da Finalíssima de 2022, na Argentina
E nas camadas jovens, a continuidade da excelência tornou-se evidente:
• Campeão da Europa Sub-19 em 2023, em Poreč (Croácia)
• Campeão da Europa Sub-19 em 2025, na Moldávia
Foram títulos que cimentaram uma linha de sucesso, formação e ambição que tem levado Portugal a ser respeitado em todo o mundo.
Por tudo isto, a Medalha de Bronze da Guatemala não é uma recordação distante. É o início de uma história repleta de coragem, sacrifício e superação. É o símbolo do momento em que Portugal deixou de ser espectador e passou a ser protagonista. O dia em que se abriu a porta a tudo o que conquistámos desde então — e ao que ainda conquistaremos.
Vinte e cinco anos depois, a Guatemala continua a lembrar-nos: quando um país acredita, trabalha e sonha em conjunto, nada é impossível.