Espanha 6–1 Marrocos — Identidade, controle total e uma entrada que matou o jogo
A Espanha confirmou a passagem às meias-finais com uma exibição de autoridade, critério e agressividade controlada, impondo um 6-1 que espelha a diferença competitiva entre as duas seleções. A entrada foi absolutamente devastadora: em 14 segundos, Irene Córdoba apareceu no coração da área após leitura perfeita de Irene Samper e fez o 1-0, instalando o guião que se manteria durante todo o jogo.
A superioridade espanhola ampliou-se de imediato. Aos 00’29’’, nova ação coordenada — recuperação alta, circulação rápida e passe preciso de María Sanz — e Irene voltou a finalizar com eficácia para o 2-0. A avalanche não abrandou: aos 01’26’’, Laura Córdoba ofereceu o terceiro a Irene, que completou o hat-trick em menos de dois minutos. Intensidade, critério e ocupação perfeita dos corredores; Marrocos sentiu dificuldade em respirar.
Ainda assim, o conjunto marroquino reagiu pela única via possível: aproveitando transições curtas e acreditando nos duelos. Aos 12’32’’, Nadia Laftah reduziu para 3-1, encontrando um raro espaço entre linhas na única situação em que a Espanha perdeu o controlo do ritmo.
A resposta espanhola foi exatamente o que se espera de uma equipa com cultura de campeã: manteve o plano, não acelerou em excesso e voltou a desmontar o bloco adversário com paciência. A segunda parte confirmou isso mesmo. Aos 20’36’’, Irene Samper ofereceu o quarto a Irene Córdoba, que assinou um poker histórico e recolocou o jogo num patamar inatingível para Marrocos.
A partir daí, a Espanha geriu com inteligência, alternou entre mobilidade curta e ataques estruturados e começou a encontrar, com naturalidade, espaços em todos os setores do campo. Marta López-Pardo fez o 5-1 aos 33’51’’, após recuperação em zona alta e assistência de Irene Córdoba — leitura, agressividade e execução no momento certo.
Nos instantes finais, a seleção de Claudia Pons encerrou o marcador com justiça. Aos 36’53’’, Irene Samper recebeu na meia-lua, rodou sobre o marcador e finalizou com potência para o 6-1, espelhando a diferença de qualidade, profundidade e organização entre as duas equipas.
Marrocos, apesar da entrega, raramente conseguiu ligar ataques com critério e encontrou sempre dificuldades para sair da pressão. A Espanha fez do jogo um exercício de controlo emocional, tático e técnico — sem nunca perder o foco competitivo.
Espanha medirá forças com o vencedor do duelo Brasil - Japão. As meias-finais agendadas para sexta-feira dia 5 de dezembro.
Figura da Partida — Irene Córdoba (Espanha)
Dominante desde o primeiro segundo. Poker natural, desmarcação constante, leitura superior dos espaços curtos, agressividade no ataque ao segundo poste e impacto direto em praticamente todos os momentos de perigo. Foi a referência ofensiva, o ritmo da equipa e o rosto da identidade espanhola.