Marrocos garante lugar nos quartos com triunfo de personalidade sobre a Polónia
Marrocos assinou uma vitória madura, competitiva e carregada de identidade ao bater a Polónia por 1-0, num jogo onde soube sofrer, controlar ritmos e ser letal no momento decisivo. A equipa de Adil Sayeh mostrou porque mereceu o segundo lugar do Grupo A e porque pode ser um problema sério para qualquer adversário na fase a eliminar.
A Polónia começou melhor: posse mais longa, maior presença no meio-campo contrário e uma sucessão de remates exteriores que obrigaram Marrocos a defender em bloco baixo. No entanto, apesar do volume polaco, faltou clarividência no último passe e agressividade nos metros finais — e foi precisamente aqui que Marrocos começou a crescer.
Com o passar dos minutos, a seleção marroquina ajustou distâncias, ganhou controlo emocional e começou a sair com critério através de Nadia Laftah e Meryem Hajri, que foram fundamentais para aliviar a pressão e conduzir transições rápidas.
O equilíbrio manteve-se até ao momento-chave do encontro: aos 28’13’’, numa jogada trabalhada sobre o corredor esquerdo, Nadia Laftah recuperou, temporizou e encontrou Jasmine Demraoui, que finalizou com frieza para o 1-0. Um golo que definiu o jogo: simples na execução, gigante na importância.
A partir daí, Marrocos mostrou o melhor da sua identidade: linhas compactas, agressividade controlada e capacidade para baixar o ritmo sempre que necessário. Pelo caminho, houve nervos — incluindo amarelos para Izabela Tracz (26’05’’) e Nadia Laftah (22’06’’) — mas nunca houve desorganização.
A Polónia tentou reagir com tudo nos últimos dez minutos. Aga Bala, Klaudia Kubaszek e Julia Basta multiplicaram remates e investidas, mas o bloco marroquino segurou tudo, com destaque para a segurança emocional de Kawtar Bentaleb, que soube gerir cada bola parada e cada segundo de posse.
Nos instantes finais, o pedido de timeout da Polónia (39’01’’) não mudou o rumo: Marrocos manteve a solidez e amarrou uma vitória que se traduziu mais em maturidade do que em brilho ofensivo — mas que vale ouro nesta fase da competição.
Resultado curto, triunfo enorme. Marrocos está nos quartos-de-final e leva consigo confiança, solidariedade defensiva e uma jogadora que voltou a ser decisiva.
Figura da Partida – Jasmine Demraoui (Marrocos)
Frieza na finalização, disponibilidade constante para trabalhar sem bola e impacto direto no momento que decidiu o jogo. Marcou, pressionou, recuou linhas e ainda comandou várias saídas de transição. O tipo de jogadora que muda o rumo de jogos equilibrados.