Kairat mostra estatuto europeu e leva vantagem larga para a segunda mão
O Sporting Anderlecht entrou nos oitavos-de-final com personalidade, mas acabou por ser engolido pela qualidade, profundidade e experiência internacional do Kairat Almaty — uma equipa que lê o jogo como poucos e que, quando acelera, o faz com uma precisão quase clínica. O 3-7 final não esconde a boa entrada belga, mas traduz de forma fiel a superioridade cazaque na segunda metade.
O jogo começou frenético: logo aos 1’25’’ Caio Ruiz abriu o marcador após recuperação alta e finalização rápida. A reação do Anderlecht foi imediata e cheia de caráter — Rangel empatou aos 2’10’’ num movimento de fixo muito bem executado, e pouco depois Gréllo virou a partida (2’52’’), aproveitando a saída curta de João Paulo.
O Kairat não tremeu. A equipa de Daniel Junior ajustou, leu melhor os espaços interiores e começou a empurrar o adversário para trás com circulação dinâmica e forte presença entre linhas. Aos 9’34’’, Eric Panes ainda devolveu esperança à equipa da casa, mas o conjunto cazaque entrou num estado de eficácia brutal.
Aos 10’33’’ e aos 25’04’’, Athirson Silva mostrou porque é um dos alas mais influentes da competição — primeiro a finalizar de zona frontal, depois a concluir uma jogada coletiva de alta rotação. Otanha apareceu em modo gigante: fez o 11’05’’ num remate seco, e fechou a conta cazaque já perto do fim (39’30’’), num golo que selou uma segunda parte de domínio absoluto.
Pelo meio, Tursagulov (20’07’’) e Orazov (28’18’’) foram decisivos na forma como o Kairat transformou cada perda do adversário em oportunidade clara. Intensidade, pressão alta e uma maturidade competitiva muito acima da média.
O Anderlecht tentou responder: Gréllo arriscou, Panes apareceu entre linhas e Rangel foi sempre dos mais combativos, mas a capacidade do Kairat de acelerar, congelar e voltar a acelerar tornou-se impossível de acompanhar. A expulsão evitada por centímetros e o desgaste acumulado pesaram na reta final.
No apito final, ficou a sensação de que o Sporting Anderlecht fez muito… mas nunca o suficiente para travar um Kairat Almaty que leva para a segunda mão não só uma vantagem larga, mas também uma demonstração clara do seu estatuto europeu.
????️ Figura da Partida – Athirson Silva (Kairat Almaty)
Partiu o jogo por dentro e por fora. Dois golos, pressão constante, agressividade controlada e uma leitura de espaços que mudou o ritmo ofensivo da equipa. Sempre disponível para acelerar, sempre confiável na decisão. O tipo de ala que decide eliminatórias.