Noite europeia perfeita: Benfica atropela Araz e fica a um passo dos ‘quartos’
O Benfica entrou da melhor forma nesta eliminatória da UEFA Futsal Champions League e venceu o Araz por números expressivos, numa exibição consistente, autoritária e marcada por eficácia ofensiva ao longo de praticamente todo o encontro. A equipa encarnada controlou o ritmo desde o primeiro minuto, soube explorar as fragilidades defensivas do adversário e construiu um triunfo claro, sustentado na inspiração de Arthur, Anilton Silva, Diego Nunes, Kutchy e Jacaré, todos eles protagonistas de um jogo ofensivo de grande nível.
A partida começou com o Benfica a assumir imediatamente a posse e a instalar-se no meio-campo adversário. Silvestre Ferreira testou cedo a atenção de Kurdov e, à passagem do minuto 5, a formação encarnada já tinha somado várias situações de finalização. Aos 05’50’’, Diego Nunes acertou no ferro, naquele que foi o primeiro grande aviso dos encarnados. O Araz tentou responder com Jean Perruzo e Allex Rezende, mas André Correia manteve-se sempre seguro entre os postes.
A partir dos 11 minutos, o domínio benfiquista começou a traduzir-se em golos. Aos 11’43’’, depois de assistência de Arthur, Anilton Silva abriu o marcador com uma finalização eficaz ao segundo poste. O golo deu tranquilidade ao Benfica e desestabilizou o Araz, que voltaria a sofrer pouco depois. Aos 13’25’’, Arthur fez o 2-0, concluindo com potência uma jogada iniciada por Kutchy. Um minuto depois, nova demonstração de superioridade ofensiva: aos 14’16’’, Kutchy ampliou para 3-0 após passe inteligente de Diego Nunes. A avalanche encarnada não ficaria por aqui, e aos 15’39’’, o mesmo Diego Nunes fez o 4-0, novamente com assinatura de eficácia e oportunismo, depois de uma assistência do próprio.
O Benfica dominava totalmente o encontro, criando sucessivas oportunidades através de remates exteriores, jogadas de combinação e transições rápidas. A equipa de Miltinho não conseguiu travar a intensidade encarnada e acumulou faltas num curto espaço de tempo. Silvestre Ferreira, Higor e Kutchy continuaram a causar perigo, e o intervalo chegou com o marcador claramente favorável aos encarnados, que tiveram ainda situações para ampliar, mas pecaram na finalização em dois momentos de André Coelho e Léo Gugiel.
Silvestre, Lúcio e Jacaré viram amarelo e cumprem castigo na segunda mão, na Luz, os três jogadores "limparam" para os quartos-de-final.
Na segunda parte, o ritmo manteve-se alto, com o Benfica a retomar imediatamente a iniciativa ofensiva. Aos 21’49’’, Arthur bisou, finalizando uma jogada bem trabalhada após assistência de Silva. O Araz tentava travar o ímpeto encarnado, mas continuava a cometer erros nas saídas de pressão. Pouco depois, aos 29’20’’, Jacaré fez o 6-0 após assistência de Dos Santos, numa jogada em que o pivô das águias se impôs fisicamente e finalizou com precisão.
O Benfica continuava a apertar, e o Araz só conseguia responder através de remates exteriores facilmente controlados por André Correia ou bloqueados pela linha defensiva encarnada. Aos 31’28’’, Anilton Silva fez o 7-0, assinando o seu segundo golo da noite, numa jogada que começou num canto trabalhado e que apanhou a defesa do Araz mal posicionada. A equipa azeri, já emocionalmente quebrada, ainda tentou reagir através de Luiggi Longo e Filipe Avila, mas sem consequência prática.
O Benfica não tirava o pé e mantinha o caudal ofensivo muito elevado. Aos 35’17’’, Arthur completou o seu hat-trick, fazendo o 8-0 após assistência de Silva, num remate colocado e indefensável para Huseynli. O encontro ficaria marcado por várias ações disciplinares dos encarnados, com cartões para Silvestre Ferreira, Lúcio Jr e Jacaré, fruto da intensidade e pressão constante no meio-campo adversário.
Já perto do final, quando o Araz procurava apenas reduzir o prejuízo através de bolas paradas, o Benfica voltou a ser letal. Aos 38’58’’, Higor de Souza fechou o marcador em 9-0, concluindo uma jogada simples ao segundo poste após assistência de Diego Nunes, coroando assim uma exibição coletiva de enorme qualidade e concentração até ao último segundo.
O Benfica venceu por números expressivos e sem margem para contestação. A equipa encarnada foi superior em todos os momentos do jogo: intensidade, criatividade ofensiva, circulação de bola, eficácia na finalização e consistência defensiva. O Araz, apesar do esforço, nunca conseguiu equilibrar a partida e acabou por pagar caro a diferença de qualidade individual e coletiva.
Foi um triunfo categórico do Benfica, que mostrou maturidade, organização e grande capacidade de decisão nos momentos-chave. A equipa encarnada revelou profundidade no plantel, soluções ofensivas variadas e uma notável capacidade de pressão, o que lhe permitiu controlar os 40 minutos de forma quase absoluta. Já o Araz, apesar de algumas tentativas individuais de Jean Perruzo e Allex Rezende, nunca teve argumentos para ameaçar verdadeiramente o resultado. A figura da partida foi Arthur, autor de um hat-trick e várias jogadas decisivas, sendo o jogador que melhor ilustrou a superioridade encarnada num jogo totalmente dominado pela equipa portuguesa.
A UEFA Futsal Champions League mudou de formato a partir desta temporada. Em vez da antiga Ronda de Elite, com quatro grupos de quatro equipas, a competição passou a ter uma fase a eliminar mais tradicional, com oitavos-de-final e quartos-de-final disputados a duas mãos. As equipas apuradas da fase principal são emparelhadas em eliminatórias home & away, e o vencedor do agregado segue em frente. Não existe golo fora: contam apenas os golos totais dos dois jogos, e em caso de empate há prolongamento e, se necessário, penáltis.
Os quatro vencedores dos quartos-de-final qualificam-se para a Final Four, realizada em campo neutro, este ano marcada para Pesaro, Itália, entre 8 e 10 de maio. Aí, a competição regressa ao formato habitual: meias-finais decididas por sorteio, final e jogo pelo 3.º lugar. Este novo modelo cria um percurso mais competitivo e aproxima a prova do formato das grandes competições europeias, oferecendo jogos de maior intensidade e eliminatórias mais emocionantes.