António Aires antecipa Jogo 3 da Final da Liga Placard: “Quem vencer, pressiona emocionalmente o adversário”



O treinador e analista António Aires traçou uma leitura aprofundada da final da Liga Placard de Futsal, que opõe Sporting CP e SL Benfica, à entrada do decisivo Jogo 3. Com as equipas empatadas na série, o próximo confronto adquire contornos de alta pressão competitiva e estratégica, que Aires descreve com minúcia e paixão.

Numa análise técnica e táctica refinada, o especialista destacou o equilíbrio entre os dois rivais, o pragmatismo do Sporting no segundo jogo, e as variáveis emocionais e físicas que poderão definir o desfecho deste novo capítulo da final.

“Após a conclusão dos primeiros dois jogos, invadiu a minha memória o antigo logótipo que promovia a modalidade e onde se dizia: Futsal: ataque contra-ataque. Na verdade, o Benfica atacou em Alvalade e o Sporting contra-atacou na Luz.

Mais uma vez, sobressai o equilíbrio patenteado pelos dois conjuntos. Apesar das ausências de Taynan e Pauleta, em teoria teríamos um leão mais debilitado. No entanto, não foi causa sine qua non para não termos um jogo emocionante e disputado, com os verdes e brancos a saírem vencedores.

Sobressai no jogo 2 um Sporting que foi mais pragmático e eficaz. Segundo, os golos nascem de erros ofensivos e defensivos, exceção feita ao golo de Bernardo Paçó, aquando da marcação do livre frontal com Merlim, no último milésimo antes da execução, a tomar a melhor decisão na assistência.

É evidente que começam a ser poucos os segredos que cada equipa pode esconder ao adversário. Atribuir um estatuto de favorito à equipa A ou B é utopia. No Sporting, Taynan deve ser opção. No concerne a Pauleta, mantém-se a dúvida do seu estado físico. No Benfica, pergunta-se se teremos alterações nos convocados, como o facto de Kutcky ir a jogo? Poderá ser ele o canivete para, no 1x1, com a sua velocidade e virtuosismo, desequilibrar os pratos da balança?

Atrevo-me a dizer: com poucos dias entre jogos, as equipas apostaram nas suas unidades de treino em elementos de estratégia (esquemas táticos, inclusive as penalidades e o 5x4), otimizando a recuperação dos atletas para um jogo que vai ser de intensidades máximas — parece-me ser a melhor opção.

Delinear e definir opções, corrigir e aprimorar ações coletivas e individuais. O plano de jogo, creio que nesta fase, sofrerá pequenos mas essenciais retoques cirúrgicos.

A pressão/intensidade defensiva tem ‘dificultado’ posses de bola com mais tempo e passes. Será assim novamente? Continuaremos a vislumbrar o jogo direto guarda-redes-pivô? E, quando isso não acontece, no sistema 3:1, assistimos a muitas ações de “bolas de tempo”, explorando essa profundidade e quebrando assim as linhas da pressão defensiva?

Contudo, temos assistido nestas duas partidas a circulações ofensivas num claro 4:0, procurando explorar as costas do adversário, bem como a largura e os apoios — montando triângulos ofensivos para desmontar o equilíbrio defensivo e potenciar o erro nos acompanhamentos individuais.

O jogo promete. A imprevisibilidade do vencedor é alta. Quem vencer vai pressionar emocionalmente o adversário, dado que fica a um jogo de concretizar o match point.

Quem vai arriscar mais? Como vai ser gerida a questão mental, caso esteja na frente ou atrás do resultado? Teremos 5x4 (guarda-redes subido) de forma mais evidente no decorrer do jogo, ou só na situação clara de reverter o resultado já na parte final da partida?

Como vão ser geridas as vantagens sucessivas (VS) e as faltas, bem como o peso das agressividades nos duelos coletivos e individuais, quando a bola saltita daqui para acolá, ou vai coladinha ao pé para ser protagonista de um momento de magia?

Muitas questões que carecem de resposta, mas que só o jogo pode dar.

Mais uma vez, aguarda-se que os atores e os espectadores se deleitem com o espetáculo, onde o desportivismo e o fair play sejam vencedores.

Salte a bola. Viva o futsal.”

A antevisão técnica de António Aires oferece uma leitura estratégica avançada da partida, confirmando o grau de imprevisibilidade e intensidade que marca esta final. O terceiro jogo, marcado para este domingo, dia 22 de junho, às 19h00, poderá ser o ponto de rutura anímica e tática na luta pelo título nacional.

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