Diário do Mundial, dia 16 por António Aires



16º Dia

Quartos-de-final

Paraguai 1-2 França
Jogo equilibrado em remates, Paraguai 41/12, França 36/11 como em incidências. O resultado foi incerto até ao ultimo segundo, quando Francisco Martinez atirou a bola à barra, podendo levar o jogo para prolongamento. O VS confirmou que a bola não tinha entrado. O jogo, na minha óptica, foi decidido em pormenores técnicos. Os skills “desengonçados” dos jogadores franceses ditaram o vencedor. O nº 3 Siragassy Toure tem pernas que nunca mais acabam, juntamente com outros colegas, com passada longa e enrolamentos interiores, realizados em velocidade que retiram o defensor do seu espaço motor, de forma a assistir ou finalizar. Esta matriz técnica é transversal a vários jogadores da selecção gaulesa. Acredito que se conseguirem “casar” a técnica com a táctica, os franceses a curto prazo podem ser uma potência do futsal mundial. Ao intervalo registava-se um empate sem golos. A 2ª parte foi mais entusiasmante. Mouhoudine tem uma fixação pela baliza, 11 remates. Mas seria outro jogador francês, a inaugurar o marcador, Guirio, com um contributo preponderante, na construção do lance, do esquerdino nº 10 Mohammed, que seria, posteriormente, o autor do segundo golo que colocou os gauleses na semi-final. Interessante também esteve quase a comprometer as aspirações da sua equipa, nos últimos segundos do jogo. Do outro lado, Salas capitaneou os seus pares, no sentido de rever a situação. Incansável o capitão do Paraguai a par do seu nº 10 Baez. Lutaram até à exaustão. Martinez ainda colocou os sul-americanos a sonhar mas o guarda-redes gaulês evitou situações de golo iminente com bolas a serem salvas encima da linha de golo. Os últimos cinco minutos foram de muita alma e enorme coração, no entanto a vitória sorriu aos homens de Napoleão.

Cazaquistão 1-6 Argentina 
Pavilhão com uma moldura humana magnifica, 8.898 espectadores. Jogo equilibrado na 1ª parte, com cada equipa, a fazer jus às armas que tinha ao seu dispor. No entanto, o jogo caiu e foi decidido pela equipa mais competente, que deixou o adversário enrodilhar-se na sua própria teia. A nível de remates Cazaquistão 41/12, Argentina 34/13. Erros da equipa de Kaka, soberbamente aproveitados pelos pupilos de Matias Lucuix, que colocaram os cazaques a dançarem o tango. Taborda abriu as hostilidades, em zona frontal, com a bola a sofrer um pequeno desvio, dava início à dança. O segundo golo nasce de um péssimo atraso a Higuita, e como os argentinos não dão nenhuma bola por perdida, nascia o segundo golo. O terceiro resultou na conversão de uma grande penalidade, após recurso ao VS. Faltavam onze minutos para o fim do jogo e o Cazaquistão aventurou-se no 5x4 e assinou a sua sentença de morte. Ainda conseguiu colocar o marcador em 4-1. No entanto, dentro da quadra, para os argentinos a bola está sempre viva, e há uma sede insaciável, pela conquista e posse da bola. E quem tem bola está sempre mais perto de atingir a felicidade, e os restantes golos nascem desta ambição impetuosa. E iremos assistir, provavelmente uma excelente meia-final, onde vai estar em confronto a técnica refinada e a tática combativa: França versus Argentina.

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