O que podemos esperar do Europeu de Futsal
A primeira fase final do UEFA Futsal EURO com 16 selecções arranca quarta-feira nos Países Baixos: escolhemos alguns dos pontos-chave a seguir.
O UEFA Futsal EURO 2022 arranca quarta-feira nos Países Baixos, por sinal a primeira edição desde que a competição deixou de ser um evento bienal de 12 equipas para passar a uma fase final com 16 selecções disputada a cada quatro anos.
A fase de grupos decorre em Amesterdão e em Groningen até 29 de Janeiro, antes de a Ziggo Dome, situada na capital, receber os jogos a eliminar, com a final a ter lugar a 6 de Fevereiro. Escolhemos alguns pontos-chave a seguir no maior evento de futsal da UEFA.
Os grupos
Grupo A: Países Baixos (anfitrião), Sérvia, Ucrânia, Portugal (campeão)
Grupo B: Cazaquistão, Itália, Eslovénia, Finlândia
Grupo C: Rússia, Polónia, Eslováquia, Croácia
Grupo D: Geórgia, Espanha, Azerbaijão, Bósnia e Herzegovina
Provavelmente pela primeira vez desde o torneio inaugural de futsal da UEFA de 1996, a Espanha não começa como favorita. De facto, a edição de 2018, em Ljubljana, foi apenas a quarta vez em 11 edições em que a La Roja não levantou o troféu, sendo que desta feita o favoritismo pende para o lado de Portugal. A selecção comandada por Jorge Braz defende o estatuto de campeã europeia e mundial, isto depois de ter erguido o troféu na Lituânia, no passado mês de Outubro.
Ricardinho pode ter-se retirado da selecção após a vitória na final frente à Argentina, mas a campeã da Europa continua a ter uma equipa repleta de jogadores que sabem o que é conquistar grandes provas, sendo que sete deles ajudaram o Sporting a vencer a última edição da UEFA Futsal Champions League.
A Espanha, no entanto, dificilmente pode ser descartada. Tal como na final do Futsal EURO 2018, Portugal precisou de um prolongamento para ultrapassar os seus vizinhos nos quartos-de-final do Mundial de 2021. Além disso, a lista de jogadores que ficaram de fora das escolhas para a fase final nos Países Baixos, incluindo Juanjo, Marc Tolrà, Solano, Bebe e Lin, sugere que a Espanha poderia nomear uma segunda lista de 14 atletas que também seriam candidatos à conquista do torneio e sublinha a força da sua candidatura.
Duas outras equipas encaixam-se igualmente no lote dos favoritos. O único título da Rússia aconteceu em 1999, mas o facto de ter chegado à final em várias edições do EURO desde então, assim como ao jogo decisivo do Mundial de 2016, ilustra na perfeição o seu poderio. O conjunto russo deixou uma excelente imagem no Mundial do ano passado na Lituânia, antes de ser eliminado pela Argentina após um épico desempate por penáltis. O Cazaquistão chegou às meias-finais do Mundial, assim como nas suas duas particpações anteriores no EURO, e parece ter desta feita mais soluções na sua equipa.
A duas vezes campeã Itália está em processo de reconstrução, mas sem o peso da expectativa pode causar uma surpresa, enquanto que o rendimento da Croácia na fase de qualifcação e da Sérvia no Campeonato do Mundo também sugere que podem ser um perigo para o quarteto de favoritos. Ucrânia, Eslovênia e Azerbaijão também não têm falta de experiência a este nível.
Desde 2007, quando brilhou ao serviço do anfitrião Portugal, que Ricardinho se afirmou como a grande estrela do futsal europeu. No entanto, tendo finalmente ajudado o seu país a conquistar o título europeu em 2018, o veterano ala não estará nos Países Baixos, tendo decidido retirar-se a nível internacional após ter recuperado a tempo de uma lesão para conquistar o Mundial disputado no ano passado. Ainda assim, há muitos outros talentos que estão prontos para brilhar.
Os actuais campeões mundiais e europeus têm naturalmente vários candidatos a esse estatuto. Para muitos, Pany Varela, que marcou os dois golos de Portugal na vitória ante a Argentina na final do Mundial, foi o destaque desse torneio. E, especialmente depois de as suas exibições terem ajudado o Sporting a vencer a UEFA Futsal Champions League da última temporada, Zicky, pivô de apenas 20 anos de idade, pode ter o talento e o carisma para protagonizar uma carreira tão espectacular como a de Ricardinho.
A Espanha teve muitas vezes demasiados jogadores de qualidade para que um se destacasse especialmente, mas há muitos que ainda podem vestir a pele de herói nos Países Baixos: Adolfo e Raúl Campos, talvez, o capitão Ortiz que persegue um quinto título, ou mesmo Sergio Lozano, que está de volta após superar mais uma lesão grave.
Mais uma vez, o coração da selecção do Cazaquistão será o guarda-redes Higuita e o talento versátil de Douglas Junior, talvez o jogador mais completo do futsal europeu. O russo Sergei Abramov está no auge e um jogador dois anos mais velho do que Ricardinho, Robinho, não mostra sinais de desaceleração após um excelente Campeonato do Mundo.
Outros jogadores a seguir com atenção são Bolinho (Azerbaijão), Alex Merlim (Itália), Igor Osredkar (Eslovénia), Dario Marinovi? (Croácia) e o capitão da Finlândia, Panu Autio, que viajou para a fase final de 2007 em Portugal como adepto e que lidera agora o seu país no torneio com mais de 100 golos internacionais marcados.