Djaelson como Figura da Jornada no regresso da Liga dos Campeões do Mundo

Está (finalmente) de volta a Liga Placard! Com ela, regressam os nossos resumos semana após semana e a eleição da Figura da Jornada. O passado fim-de-semana foi de gala para todos os amantes da modalidade, que ansiavam pelo seu regresso e, diga-se, não desiludiu com os jogos da primeira jornada.
Quinta dos Lombos – Braga: nem sempre quem gasta, vence
Comecemos pelo jogo inaugural: Quinta dos Lombos – Braga. Os minhotos chegavam Carcavelos como teóricos favoritos, muito graças às contratações-bomba que fizeram chegar ao Minho durante o verão. No entanto, a vitória da equipa da casa acabou por surgir de forma justa, por 3-1. As equipas entraram na quadra completamente encaixadas, mas era a letalidade dos Lombos que levava o 2-0 para o intervalo. No regresso dos balneários, o Braga continuava sem conseguir desmanchar a coesão defensiva do seu anfitrião, o que acabou por ditar esta entrada dos comandados de Jorge Monteiro com o pé direito na Liga Placard.
Henrique Vicente (12’), Willian Carioca (18’) e Kaká (37’) marcaram os golos da vitória, enquanto Rúben Santos (31’) ainda reduziu ao marcar à sua ex-equipa.
Candoso – AD Modicus: Melhor entrada levou os três pontos
Em Guimarães, o Candoso acabou por levar de vencido o Modicus, por 2-0. Uma boa entrada dos homens da casa e uma segunda parte em que as investidas dos jogadores de Sandim se mostraram insuficientes acabaram por ditar um resultado adequado à partida, onde os postes da baliza de Sandro (Candoso) também quiseram ser protagonistas.
Os tentos foram assinalados por Vini, ainda na primeira parte (7’), sendo o resultado fechado com o golo de Hélder Cristiano (37’).
Futsal Azeméis – AD Fundão: Resolveu o bis em encontro suado
Provavelmente o duelo mais disputado desta primeira jornada. O Fundão venceu em Oliveira de Azeméis, por 2-1, tendo precisado de dar a volta ao resultado, uma vez que quase começaram a partida a perder, graças ao golo madrugador de Ruan Silvestre, logo no primeiro minuto de jogo.
Se era necessário um homem que se destacasse, Thalles assumiu bem esse papel. Um bis que garantiu essa mesma reviravolta e os três pontos para os fundanenses, a empatar a partida rapidamente, à passagem pelos três minutos de jogo- marcando um dos golos da jornada, com um verdadeiro míssil - e, depois, na segunda parte, a garantir o a conquista (24’).
Sporting – Nun’Álvares: À lei do campeão
O campeão nacional em título iniciou o campeonato no Pavilhão João Rocha, à porta fechada, por castigo, mas nem por isso se inibiu. Sem Guitta, Gonçalo Portugal, Pany Varela e Zicky, o Sporting venceu, por 4-0, o recém-promovido Nun’Álvares numa partida controlada pelos leões, mas em que os homens de Fafe deixaram boa imagem.
Ainda que sem estarem na máxima força, os comandados de Nuno Dias estiveram sempre por cima e o resultado até podia ser superior, ainda que com o Nun’Álvares a tentar criar algum perigo à baliza de Bernardo Paçó sobretudo no início da segunda parte. Mesmo assim, os verdes e brancos, iguais a si próprios, não perdoaram: o bis de Cavinato (5’ e 30’) e os golos de Erick Mendonça (12’) e Alex Merlim (40’) – que trouxe a magia com ele – deixaram bem assente a vitória leonina.
Viseu 2001 – Eléctrico: O melhor chegou na bagagem de Ponte de Sôr
O Eléctrico foi outra equipa a entrar na Liga Placard em beleza. Os pupilos de João Freitas Pinto foram superiores nas Terras de Viriato e venceram por 3-0 neste início de campeonato, que se mostraram mais irreverentes e até tranquilos no controlo do encontro.
John Lennon abriu as contas, pelos 14 minutos, e acabou por desequilibrar a formação de Paulo Fernandes, que ainda tentou um time-out para corrigir algumas coisas, mas nem isso lhes valeu. O golo de Hugo Neves, aos 19 minutos, fez o Eléctrico terminar tranquilamente a primeira parte, fechando o marcador apenas na segunda, pelo pé de Ferrugem (23’).
Benfica – Leões de Porto Salvo: A melhor entrada para o mandato de Pulpis
O Benfica também começou a competição em casa e a vencer, num jogo que se previa duro, dada à presença de bastantes jogadores no Campeonato do Mundo, mas que se revelou taticamente bem executado. Os encarnados venceram por 4-0 e Pulpis estreou-se com uma vitória.
A receita foi simples: entrar mais fortes e marcar. Foi o que aconteceu. O Benfica controlou o encontro e marcou para garantir que não passavam por qualquer susto – ao intervalo, já venciam por duas bolas a zero. Os tentos das águias foram marcados por Chishkala (4’ e 25’), Silvestre Ferreira (1’) e Fits (22’).
Torreense – Portimonense: Valeu pela surpresa, qualidade e ambiente
O Torreense não podia, de todo, ter pedido melhor estreia na Liga Placard nesta sua promoção. Os homens de Torres Vedras venceram o Portimonense, por 5-3, num jogo para todos os gostos e com duas partes completamente diferentes. Uns primeiros 20 minutos mais físicos, marcados pela expulsão de Gutta (guarda-redes do Portimonense) e uma segunda parte em que os adeptos do Torreense também jogaram e empurraram a partida para a vitória: a equipa da casa foi para o intervalo a vencer por 2-1, o Portimonense ainda empatou depois, mas uma postura mais assertiva acabou por fazer com que ficassem com os três pontos.
Os golos do Portimonense foram marcados por Renan Fuzo (14’), Filipinho (24’) e um auto-golo de Djaelson (34’), enquanto a história do Torreense foi escrita por Sévio Marcelo (13’), Ivo Oliveiro (30’), João Silva (37’) e… pela Figura da Jornada para a Zona Técnica: Djaelson (17’ e 29’).
O fixo brasileiro bisou na partida no seu jogo oficial de
estreia em solo português. O jogador de 28 anos chega do Operário Laranjeiras
do Brasil e esteve à conversa com a Zona Técnica.
“O golo é um dos momentos mais especiais do jogo”
- Djaelson, jogador do Torreense e Figura da Jornada
Zona Técnica (ZT): Primeiro jogo, primeira vitória e primeira Figura da Jornada. Como vês esta distinção?
Djaelson (D): Com certeza essa noite de domingo ficará marcada na minha carreira, primeiro jogo oficial defendendo as cores do Torreense, com o pavilhão com uma atmosfera incrível criada pelos nossos adeptos, uma vitória importante e um adversário que valorizou muito o que fizemos. Para mim está sendo um prazer estar em Portugal jogando a Liga Placard, sempre foi um dos desejos da minha carreira, e em outras temporadas já tive alguns convites que acabaram não se concretizando e agora estou muito confiante vestindo a camisa do Torreense, um time organizado que nos dá boas condições para desenvolvermos nosso melhor dentro de quadra. Sobre ser a figura da jornada, eu fico muito feliz e grato a DEUS, mas não posso deixar de lembrar dos meus companheiros de equipe, tenho certeza de que isso é um resultado de um trabalho coletivo, todos que fazem parte do Torreense tem participação direta nisso!
ZT: Qual a importância para uma equipa recém-promovida de vencer a primeira jornada da Liga Placard?
D: A vitória na primeira jornada é importantíssima para qualquer equipe, são 3 pontos que nos dá confiança para começar bem e seguir conquistando o máximo de pontos ao longo do campeonato. Mas temos consciência que teremos muito trabalho pela frente, mas vamos continuar evoluindo para competir com todas as equipes da Liga Placard.
ZT: De que forma te preparaste para chegar em boa forma até ao maior palco do futsal português?
D: Minha preparação desde o Brasil foi muito boa, estava em uma equipe que vinha fazendo um excelente campeonato e quando cheguei aqui em Portugal também tivemos uma ótima preparação que complementou feita pela equipe técnica em aproximadamente 7 semanas trabalho e amistosos de alto nível. Com isso tudo, não só eu, mas todos os jogadores conseguiram chegar muito bem na Liga Placard, mas nosso objetivo é estar sempre evoluindo!
ZT: Como foi a adaptação ao país e ao próprio futsal cá praticado?
D: A minha adaptação está sendo muito boa, temos um grupo unido, uma cidade com boa estrutura e um time com adeptos apaixonados que nos abraçaram e acolheram da melhor forma. A língua também ajuda muito na adaptação quando estamos fora do nosso país, pois quando joguei na República Checa era uma língua totalmente diferente e isso dificultou um pouco no começo. Sobre o jogo dentro de quadra, aqui é um pouco diferente do Brasil e da República Checa, mas a nossa comissão tem nos preparado quanto a forma que precisamos jogar e as informações tem feito diferença para facilitar nessa adaptação.
ZT: Quais os objetivos individuais para esta época?
D: Meu objetivo é conseguir ajudar o Torreense a conquistar seus objetivos e consequentemente consolidar minha carreira aqui na Europa. Vou fazer meu melhor todos os dias para que isso aconteça!
ZT: A nível coletivo, quais são os fundamentos base do Torreense para esta temporada e quais consideras as vossas maiores valias?
D: Nossa equipe é ambiciosa, com um grupo muito competitivo, jogadores com diferentes características individuais, mas com uma boa organização tática. Estamos fazendo um trabalho muito sério aqui para chegarmos o mais longe que pudermos na competição.
ZT: Para um fixo, qual a importância de marcar golos? Visto que bisaste logo na primeira jornada, podemos dizer que és um fixo em quem podem contar para marcar?
D: O golo é um dos momentos mais especiais do jogo, fico feliz e grato a DEUS por ter marcado na estreia. Sou fixo, mas também tenho essa característica de ala e consigo chegar a frente. O mais importante para mim é a vitória, cada um tem seu papel e importância na equipe, independente de quem faça os golos queremos conquistar o objetivo, fazer nosso melhor pelo Torreense!
Texto e entrevista por: Maria Pinto Jorge