Da Vila dos Pescadores à Liga Placard



Vêm de Caxinas diretamente para a competição mais desejada a nível nacional: a Liga Placard. Ambição e força não lhes falta e é apenas isso que desejam que todos os amantes de futsal saibam

 ACR Caxinas sempre foi conhecido no panorama do futsal nacional como uma equipa com uma tremenda formação, uma aposta essencial que, admitem, não deixarão nunca de lado. Este ano, depois de um final de época totalmente atípico, conseguiram superar os play-off’s para, agora, defrontarem cara a cara os tubarões da Liga Placard.

A Zona Técnica esteve à conversa com duas personalidades muito importantes para o clube, que explicaram sentimentos, motivos, razões e estratégias: o guarda-rede e capitão Joel e, ainda, Raul Moreira, Coordenador Geral Técnico do futsal das Caxinas.

 “Foi dos dias mais marcantes e felizes da minha vida”

- Joel, guarda-redes e capitão

 

Joel Guarda-redes e capitão

 

Zona Técnica (ZT): A tua reação, no final da partida, foi das que mais marcaram os play-off’s. Podes dizer-nos qual foi a primeira coisa que te passou pela cabeça?

Joel (J): Foi um sentimento de um sonho realizado. Depois de tantos anos de trabalho árduo por parte do clube, conseguirmos atingir esse grande objetivo é uma sensação inexplicável! Sem dúvida que foi dos dias mais marcantes e felizes da minha vida.

ZT: Agora, ao ver essas imagens, o que sentes?

J: Um sentimento de dever comprido. Sendo filho da casa, sentia-me no dever de colocar o ADRC CAXINAS na Liga Placard! Depois de o clube ter feito tanto por mim, tinha chegado a minha hora de retribuir. São momentos que irei recordar para sempre. Foi o jogo da minha vida.

 ZT: O balneário sentia que este era o ano da subida?

J: O grupo estava bastante focado. Todos nós sabíamos que apenas dependíamos de nós, foram quatro dias de foco total e de máxima entrega. Sabíamos que era difícil, mas sempre acreditámos que tinha chegado a nossa hora. No grupo não se falava de outra coisa além de vencer! A união faz a força e nós somos a prova disso.

 ZT: Lembraste do último treino antes do jogo final? O que foi pedido à equipa?

J: No último treino antes da final penso que foi o treino que senti a equipa mais concentrada e comprometida. A nossa equipa técnica fez um trabalho incrível como tem feito ao longos destes anos. Tínhamos tudo trabalhado ao detalhe, já sabíamos os pontos fortes e as fragilidades do adversário! Apenas nos foi pedido para fazermos tudo aquilo que trabalhámos e encararmos o jogo com a seriedade e compromisso que tínhamos tido ao longo do estágio.

ZT: O que significa o clube para ti?

J: Sou um filho da casa. Estou aqui desde os meus oito anos de idade. Este clube significa muito para mim, é o clube da minha vida. Não só me formou como jogador, mas principalmente como homem, um clube que sempre se preocupou comigo e com a minha família, nunca me deixaram faltar nada. As pessoas da direção do clube fazem parte da minha vida, são pessoas que ficarei eternamente grato e para onde quer que vá, irão sempre estar no meu coração!

ZT: De que forma te estás a preparar para atacar a Liga Placard?

J: Estou a preparar-me da melhor maneira possível. Estou bastante motivado e feliz por jogar na Liga Placard pelo clube do meu coração. Sei que será uma época muito difícil, mas estaremos lá para lutarmos até ao fim. Tudo iremos fazer para conseguirmos a manutenção.

 

“Crescemos sustentados num projeto de excelência e é por ele que continuaremos a competir. Seja em que divisão for”

Raul Moreira - Coordenador Geral Técnico




ZT: Antes de qualquer outro assunto, torna-se fulcral perguntar: de que forma a estrutura do clube vê esta subida à Liga Placard?

RM: A Estrutura do clube vê e encara esta subida como natural, sendo a principal consequência do trabalho fantástico, e único, realizado nos escalões de formação ao longo de quase duas décadas. Era uma situação que, naturalmente, iria acontecer mais tarde ou mais cedo.

 ZT: Sentiam que era este ano que iria acontecer?

RM: Claramente! Era o ano em que poderíamos concretizar esse objetivo fruto do upgrade competitivo que a equipa sofreu.

Preparamo-nos para isso de uma forma metódica, acreditando muito na geração de miúdos que projetámos para a equipa sénior, e eles, juntamente com os mais velhos, corresponderam de forma brilhante.

ZT: Que trabalho foi realizado em prol do mesmo?

RM: Principalmente um trabalho mental! Fizemos perceber aos atletas que só não iria acontecer se não estivéssemos no nosso melhor. Fizemos entender aos atletas que era difícil, mas perfeitamente possível. Este discurso ajudou a que colmatássemos algumas lacunas, fruto da maior concentração colocada desde o primeiro momento de cada jogo e colocando um pouco mais de ambição e capacidade de sofrimento nos momentos de decisão. Penso que os atletas superaram, em larga escala, tudo aquilo que lhes foi solicitado.

 ZT: Enquanto clube conhecido por ser formador, pretendem continuar a passar essa imagem mesmo estando na liga mais importante do panorama nacional?

RM: Não é apenas imagem! É mesmo realidade! É inquestionável que tudo será igual ou até em maior dose. Sabemos claramente da dificuldade que será a participação na Liga Placard, ainda para mais no contexto atual. Mas, jamais, cortaremos com o nosso perfil de clube. Não nos iludimos com esta presença no escalão máximo da modalidade. Crescemos sustentados num projeto de excelência e é por ele que continuaremos a competir. Seja em que divisão for.

ZT: O que podem prometer, ou o que pretendem, para a época que agora se irá iniciar?

RM: Como referi acima, o facto de estarmos num período de pandemia, aliado ao facto de descerem o dobro das equipas e, principalmente, por termos 10 dias úteis para preparar um campeonato deste calibre e com esta exigência, coloca-nos, numa primeira fase da época, completamente em desvantagem em relação às 14 equipas que tiveram seis meses para a preparar.

Prometemos, acima de tudo, organização e competência, em todos os processos coletivos. Essa é a nossa imagem de marca e jamais a abandonaremos.

Pretendemos mostrar, mais uma vez, que os orçamentos não ganham jogos nem fazem campeões. Será uma tarefa hiper exigente, mas crescemos, ao longo destes anos, derrubando obstáculos anteriormente impensáveis e inultrapassáveis. Estamos habituados às dificuldades... somos pobres, humildes, mas muito honrados!

 ZT: Infelizmente, a vossa estreia na Liga Placard será sem pública. Não é a mais desejada, mas esperam que tudo mude para que tenham a receção que merecem?

RM: Claramente outro dos fatores que não temos capacidade de alterar.

Gostávamos de dar alegrias a todos que gostam de nós, de uma forma próxima, sentida e efusiva. Mas temos a certeza que, quando podermos estar todos juntos, seremos muito difíceis de ultrapassar.

 

 

Texto e entrevistas por: Maria Pinto Jorge

 

 


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