Dividir Para Evoluir | Pedro Silva, treinador do Núcleo do SCP de Pombal

Continuando a campanha Dividir Para Evoluir, regressamos hoje a terras Pombalenses.
Trazemos-lhe então a opinião de Pedro Silva, técnico do Núcleo do Sporting Clube de Portugal de Pombal, ele que está no clube há 4 temporadas e que nesta equipa sénior conta então com 1 ano como treinador adjunto e outros 3 como treinador principal.
No seu percurso pelo clube, Pedro conquistou dois campeonatos distritais, um como treinador adjunto e outro como treinador principal, e este ano, não vencendo a competição, garantiu o segundo lugar que lhe daria essa vaga na Taça Nacional que, entretanto, não foi realizada.
Deixamos então sem mais demora a opinião de Pedro Silva sobre a criação dessa segunda divisão, a quem agradecemos desde já pela disponibilidade:
Que desafios e dificuldades poderão os clubes esperar com este novo desafio?
Penso que o maior desafio e dificuldade passa pela estabilidade financeira e pelo reforço da estrutura das organizações. A existência de uma estrutura sólida começando pelos sócios, diretores, quando existem, porque por vezes é o próprio treinador(a) a acumular funções, fisioterapeutas e apoiantes e logística é fundamental e quanto maior o nível competitivo, mais sólida deverá ser. Não descurando que grande parte dos clubes a estrutura serve os vários escalões, femininos e masculinos. É por isso importante que haja mais pessoas, porque implicará disponibilizar mais tempo e uma maior organização. São necessidades normais para o crescimento da modalidade, mas isto já é uma realidade dos clubes que disputam a taça nacional e a consequente subida à 1° nacional. Para além disso é obviamente muito importante e necessário o apoio da FPF e de outros incentivos, um dos pontos que devem ter em atenção é o apoio na organização dos jogos ao nível das arbitragens e policiamento, caso seja necessário.
Apesar dos desafios que temos pela frente entendo que se dará um passo importante no desenvolvimento do futsal feminino em Portugal e esta reestruturação poderá ser um reconhecimento de todo um trabalho feito por todos os intervenientes em prol do futsal feminino.
Um patamar intermédio entre as competições distritais e a primeira divisão, poderá trazer mais competitividade e com isso criar clubes mais preparados para uma eventual subida ao principal escalão do futsal feminino nacional?
A criação de um novo patamar intermédio era positivo a todos os níveis. Dá oportunidade de competir num ambiente mais intenso e competitivo, impulsiona um maior crescimento e conhecimento, porque nos permitiria jogar a outro nível, perante outros desafios, com maior ritmo e intensidade. Os campeonatos distritais, na sua generalidade, não deixam os clubes minimamente bem preparados para uma subida, onde o desafio da 1° nacional nada tem a ver com o distrital, onde a maioria parte dos jogos são de média/baixa intensidade. Este novo patamar intermédio iria beneficiar todos, tanto do nacional como distrital, porque deixaria de haver uma enorme discrepância, como atualmente existe, do futsal feminino. Para quem tenta subir ao nacional, com um patamar intermédio, as equipas estariam mais e melhor preparadas, e consequentemente o campeonato nacional torna-se mais uniforme, competitivo. Posto isto considero que seria um grande salto evolutivo no crescimento e futuro do futsal feminino, não esquecendo que esta evolução beneficiaria também as nossas seleções.
E olhando também para os Campeonatos Distritais que também serão afetados com esta medida, quais serão os prós e os contras da construção duma segunda divisão?
De um modo geral e depois de observar a realidade nacional e o que se passa nos outros distritais penso que poderá haver o risco de perder equipas a nível regional, mas eu tento ver sempre o lado positivo que será a ambição de poder competir num patamar mais competitivo e isso a meu ver traria mais atletas para o futsal e a criação de novas equipas movidas por um sonho de poder aspirar a outros níveis com a criação mais uma divisão nacional. Mas também reforço que os clubes com aspirações de subida deveriam ser responsáveis por apostar nos escalões de formação, porque acho que o futuro passa por aí e que ofereçam às equipas benefícios por formar.