Marquinhos Xavier quer adiamento do Mundial de futsal e cobra Fifa por "bagunça no esporte"



Marquinhos Xavier é considerado um dos melhores treinadores da atualidade e confinado em casa, devido a pandemia do coronavírus, técnico da Seleção Brasileira de futsal, aproveita o tempo livre para colocar algumas atividades em dia e curtir a presença do filho de cinco anos e sua esposa em Carlos Barbosa, na serra gaúcha.

Há mais de 15 anos como treinador, Marquinhos usa a branda experiência para se atualizar, fazer e promover cursos online. Diante do período forçado de pausa, o catarinense, natural de Lages, também descansa, prevendo uma caminhada dura e delicada com a volta das atividades.

Está agendado para setembro o Mundial de futsal, na Lituânia. Porém, com o medo do covid-19, a disputa está em xeque. A Fifa ainda não se pronunciou sobre o tema, mas o comandante dos canarinhos adiantou-se, posicionando-se a favor do adiamento da competição e cobrou mudanças estruturais na entidade máxima do desporto, bem como nas confederações, em entrevista exclusiva para a Gazeta Esportiva.

“O Mundial tem um grande risco de ser adiado. Eu, particularmente, gostaria que fosse. Faltam condições para a realização”, comentou.

Além do calendário das disputas nacionais e continentais, o maior empecilho seria a falta de tempo hábil para a disputa das eliminatórias. Ainda não há países representantes da América do Norte e da Ásia definidos. Com o futsal paralisado por completo e sem perspectiva de normalização, estas competições teriam que ser realizadas em tempo recorde.
“O meu receio vem da Fifa e dos outros órgãos continentais que comandam nosso esporte. Eles vão na contramão de tudo que é indicado pela categoria. Se bobear, vão chegar em agosto e dizer que o Mundial está mantido. A bagunça impera nessas entidades”, desabafou.
“Não estão comprometidos com a modalidade. É a mesma coisa que colocar uma criança que você não quer cuidar na sua casa. Como será sua relação com alguém que você não quer ter por perto? Não é seu desejo. Não se apaixonaram por nós, estamos abandonados, os gestores são incapazes”.

A Seleção Brasileira já garantiu vaga. Em fevereiro, foram disputadas as eliminatórias sul-americanas, na mesma cidade de Carlos Barbosa, e, além de Brasil, Argentina, Venezuela e Paraguai carimbaram o passaporte para a Lituânia.

Mesmo com a classificação, a disputa foi um desastre aos olhos do treinador brasileiro. Foram seis jogos em nove dias e um vice-campeonato, com a derrota na decisão por 3-1 para a Argentina, atual campeã mundial.

Os problemas vão além das quadras. Marquinhos fez questão de salientar a desorganização da Conmebol na montagem do torneio, que confirmou a cidade gaúcha como sede apenas 15 antes da bola rolar.
“Se fomos observar, praticamente todos os jogos foram com o ginásio quase vazio. Só não foi um fiasco porque a Acbf (time da cidade) está há 44 anos organizando grandes eventos e deu conta com toda sua estrutura. Somos um continente com seis títulos- cinco do Brasil e um da Argentina, isso é muito mais que qualquer outro continente. Requer uma atenção que não é dada”, falou.

Com o futuro cada vez mais incerto e à deriva aos olhos das entidades organizadoras, Marquinhos Xavier não é otimista e apela por mais cuidado com o futsal sul-americano e brasileiro, dono de cinco títulos mundiais, uma Copa das Confederações, cinco Mundialitos, dez Grand Prix e 19 Copas América.
“Não podemos jogar para baixo do tapete coisas ruins e enganar o público. Seguramente, confesso que é um dos ciclos mais complicados. Não tenho salário, recebo diária como os jogadores. Sem jogo eu vou viver do que? Só peço mais atenção com a nossa categoria”, finalizou.


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