Valpaços reclama permanência, regulamento dá razão ao Âncora



Transmontanos cederam na última ronda da 2ª Divisão e os minhotos salvaram-se no desempate direto.

O último lugar de permanência na série A da 2ª Divisão Nacional de futsal está a gerar debate em Valpaços. O Âncora Praia garantiu a continuidade no escalão no último sábado, ao vencer em Gualtar, mas o clube transmontano, que empatou com o Fafe e caiu para lugares de descida às provas distritais, contesta os regulamentos da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), escreve Ricardo Jorge Castro, jornalista do maisfutebol.

Antes de tudo, o panorama: as duas equipas entraram em campo separadas por dois pontos, na sétima e última jornada da segunda fase da prova, a de manutenção/descida, disputada a uma volta. O Valpaços tinha 21 pontos e o Âncora 19, respetivamente quinto e sexto classificados. O sexto, sétimo e oitavos são despromovidos aos distritais.

O Âncora venceu em Gualtar (3-9), enquanto o Valpaços empatou na receção ao Fafe (2-2). Com isto, igualdade pontual a 22. E o Âncora venceu o Valpaços por 2-1, no duelo desta fase. De acordo com as classificações oficiais da FPF, o Âncora subiu ao quinto lugar e relegou os valpacenses para a descida. Se os destinos desportivos são diferentes, ambos agarram o regulamento para defender o objetivo.

Porém, face à igualdade pontual, a alínea a) do ponto 2 do artigo 12.º, respeitante a “Classificação e desempates”, esclarece as dúvidas. O primeiro critério, a seguir aos pontos, é «o maior número de pontos alcançados pelos clubes empatados, nos jogos que realizaram entre si na fase da prova». Assim, como o Âncora venceu o Valpaços por 2-1 na fase de manutenção, a leitura oficial aponta razão para os do Alto Minho. Mas há quem não se conforme.

«A nossa interpretação é que tem de englobar os jogos da primeira fase»

Contactado pelo Maisfutebol, o presidente do Valpaços, José Maria Silva, recusa erro de interpretação das regras da FPF para a 2.ª Divisão e acusa o plural «jogos» da alínea a) do ponto 2.

«Fala em jogos, no plural. Se realizou só um, não pode alegar que são os jogos. A nossa interpretação é que tem de englobar os jogos da primeira fase da prova. Porque é que eles põem no plural “os jogos”? É o jogo», refuta José Maria, lembrando as vitórias por 6-5 e 7-3 da fase regular: «Em três jogos ganhamos dois e não temos razão?», atira.

O dirigente contesta, ainda, a alínea i) do mesmo ponto, respeitante ao critério disciplinar, por esta já englobar “todos os jogos disputados na primeira fase da prova”. O Âncora, por sua vez, garante estar certo. E é o que a leitura dos regulamentos aponta.

Troca de correspondência com a FPF dá razão ao Âncora

A semana anterior à última jornada foi expectante e, face às dúvidas, o Âncora quis atestar certezas perante os possíveis cenários de permanência.

«Quando nos apercebemos que poderia haver um empate pontual, fomos consultar o critério de desempate. E o primeiro critério [ndr: alínea a) do ponto 2] está claro, diz que é o confronto direto entre os clubes empatados na fase que está a ser disputada, é a de manutenção. Por descargo de consciência, enviámos um e-mail à federação, a perguntar se era a fase que está a ser disputada. E responderam que sim. Senão o regulamento tinha que dizer que eram os jogos disputados nas duas fases», expõe Ricardo Bouças, membro da equipa técnica e da secção de futsal do Âncora-Praia.

«Nunca cheguei a perceber, sinceramente, porque é que os responsáveis da direção do Valpaços achavam que o empate para eles chegaria à luz dos regulamentos. Quando jogaram aqui connosco [ndr: o que o Âncora venceu 2-1], o treinador mencionou a uma rádio que, no próximo jogo, o empate chegaria», continua.

O jornal teve acesso a uma troca de correspondência entre o Gabinete de Apoio Regulamentar da FPF e o Âncora, com data de 8 de maio, no qual os minhotos questionam se o desempate feito é alusivo apenas à fase de manutenção/descida. O cenário é confirmado pelo organismo federativo. «Cumpre alertar para a leitura cuidada e atenta (…) do previsto no artigo 12.º sob a epígrafe “Classificação e desempates” (…) considerando a fase da prova em causa (a fase que está a ser disputada)» pode ler-se, na resposta da FPF a que o Maisfutebol acedeu.

José Maria diz que a informação oriunda da FPF «não é esclarecedora», mas tudo aponta para um erro dos valpacenses na leitura regulamentar. O responsável garante que a equipa nunca pensou que o empate chegava e que a equipa não festejou no final. «Pode pensar-se só em ganhar. Não fizemos festa. Em todos os jogos fazemos o grito e agradecemos o apoio no pavilhão. Foi única e exclusivamente isso», frisa.

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